terça-feira, 12 de abril de 2011

Quadro branco

Estava diante a um quadro branco. Solicitaram-me que eu deixasse traços, algo que pudesse ser usado como a minha identificação. Passei tempos olhando para aquele quadro. Escrever? Desenhar? Rabiscar? Não fazia ideia do que poderia ser marcado ali... Então me senti vazia. Tomei um susto com essa “descoberta” e já olhava o quadro com desgosto. Um desprezo que eu estava oferecendo a mim. Não me contentei! Precisava ocupar aquele quadro assim como minha alma habita em meu corpo. Mas não estava conseguindo e isso me ocasionou várias hipóteses indesejáveis sobre minha existência... Será eu um ser resultante de características menos consideráveis? Será que não poderia atribuir-me uma identificação satisfatória? Será que nenhum vocábulo, nenhum traço, nenhuma imagem poderia representar-me? Fechei meus olhos e deixei minha consciência guiar-me. Quando abri os olhos, meus dedos haviam contornado linhas... Essas linhas eram exatamente quatro, seus lados paralelos dois a dois, usufruindo de todas as extremidades do quadro branco. Eu havia criado minha identificação! Havia agora naquele quadro branco, outro quadro: vazio! Eu havia descoberto a mim. Eu sou um quadro branco! Posso ter muitas identificações. Posso ser nenhuma marca registrada, posso ser qualquer uma e ou todas. Sou permissível. Sou infindável. Posso parecer nada, mas sou exatamente a viabilidade de um tudo!

Dayane Carneiro!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A dor

Andei pensando sobre a dor e, é bem fácil imaginar que é devido ao fato dessa se fazer presente, em minha vida, neste momento. Ninguém reflete a dor sem que ela esteja
permanecida. Isso só me prova o quanto a dor é sem personalidade, pois mesmo com ela pesando em nossos corpos, corações e almas, jamais deixamos de pensar e desejar a felicidade. A dor é algo que sabemos que vai embora, talvez volte, mas nunca para ficar eternamente. Desconheço uma dor eterna e para muitos casos a morte é sua maior rival (escrevo aos filhos de Deus). A dor pode ser estúpida, agonizante e indesejável, mas é precisa. Ninguém pode viver sem sentir dor, é a dor que ajuda a resplandecer a importância da felicidade. É como um prato de comida; a fome sempre o deixará mais saboroso. Assim acontece com a dor... O que não podemos permitir é que a dor seja nossa única forma de levar a vida, pois ela não é e não pode ser! A dor, independente qual seja, é combatível. A dor não tem alma, ela é sozinha, ninguém a deseja. Fraca! A dor enfraquece, mas não significa que ela vencerá. A dor é tão desprovida de inteligência que tem como acompanhante o termo “passageira”. Sabemos SEMPRE que ela irá passar... Fraca e previsível! A dor nasceu apenas para doer. A dor existe só para enfatizar o quanto é necessário ser feliz. Com certeza dói na dor ser assim... Coitada da dor!

Dayane Carneiro!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Entendendo...

- Qual a sensação de voar?

- Eu não sei, pois não tenho sonhos!

- Então se eu sonhar, consigo voar?

- Acho que sim, um amigo me falou!

- Quem é esse seu amigo?

- O nome dele é Coragem!

- E o que ele te disse sobre isso?

- Ele disse: Medo, você precisa conhecer a vista aqui de cima...

- E você não ficou com vontade?

- Fiquei, mas eu só vivo acordado, assustado, tenho medo de fechar os olhos.

- Por isso não sonha?

- Não! Por isso não sei amar. Só voa quem sonha, mas sonha quem ama.

Dayane Carneiro!